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Casualidade?

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

Ocorre com frequência múltipla um fenômeno curioso que vem merecendo diversas explicações através do tempo e que muito interessou ao notável psiquiatra suíço Jung.

São encontros inesperados, ocorrências estranhas que se completam, experiências diversas que se apresentam idênticas em pessoas desconhecidas e afeições como antipatias geradoras de problemas e de desafios.

O insigne mestre suíço denominou-o como sincronicidade definindo a perfeita sintonia entre uma e outra pessoa no mesmo acontecimento.

Sem dúvida, é uma fantástica coincidência em perfeita ação sincrônica, todavia, pensamos nos fatores que constituem o modus operandi para que aconteça.

Uma filha muito querida estava em um ônibus com destino a Itapoan. Subitamente entrou no mesmo um jovem alemão em estado de imensa comoção. Informava que estava de volta ao seu país, quando foi assaltado por marginais que lhe tomaram a mochila onde se encontravam seus documentos e dinheiro, inclusive a passagem…

Embora ignore totalmente o idioma de Goete, a moça tentou falar-lhe com dificuldade em inglês, confortando-o. Resolveu ajudá-lo e seguiu-o até ao Aeroporto. Levou-o à polícia para a denúncia, conseguiu autorização para o passaporte e emprestou o dinheiro da passagem ao desconhecido, conseguindo auxiliá-lo na situação perturbadora.

Ele, muito comovido, informou-lhe que voltaria a Salvador, a fim de restituir-lhe o valor e demonstrar-lhe sua gratidão. Anotou alguns dados da sua benfeitora e partiu.

Tratava-se de uma jovem com 20 anos de idade, com boa aparência e muito gentil.

Passaram-se seis meses e certo dia ela recebeu comunicação de que o rapaz estaria de volta. Ela quase não recordava da ocorrência.

Na data anunciada ele chegou, foi recebido pela benfeitora, cumpriu a promessa de restituir-lhe o valor e conversaram. Coincidiu que, nesse período, ela resolveu estudar mais o inglês e, curiosamente, ele teve o mesmo desejo em seu país de o fazer.

Puderam comunicar-se melhor e perceberam possuir afinidades muito agradáveis, no que resultou um namoro, que se transformou mais tarde em matrimônio.

Ela foi residir na Alemanha, tornou-se mãe de duas lindas meninas. Oportunamente, numa breve viagem em que a filha conduzia o automóvel, houve um lamentável acidente no qual a condutora desencarnou.

Pode-se avaliar o sofrimento dos pais, que souberam resistir ao impacto da tragédia…
Para nós, os espíritas, essa casualidade é, em verdade, portadora de uma causalidade. Raramente o acaso é responsável por notáveis acontecimentos.

Tudo quanto nos acontece tem uma causa desconhecida.

A reencarnação aproxima aqueles que são afins e se amam, como afasta outros que se antagonizam.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 12 de dezembro 2019

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