A poetisa brasileira Auta de Souza nasceu na cidade de Macaíba, no Rio Grande do Norte, no dia 12 de setembro de 1876. É “a maior poetisa mística do Brasil” de acordo com Luís da Câmara Cascudo. Os versos que escreveu refletiam a realidade da poeta. Deixou um único livro, Horto, cuja primeira edição, prefaciada por Olavo Bilac, em outubro de 1899, apareceu em 1900 e se esgotou em três meses. Auta de Souza desencarnou aos 24 anos e continuou remetendo mensagens de encorajamento e consolação em versos. Era vista lendo para as crianças pobres, para as mulheres humildes e escravos. Foi por meio de psicografias feitas por Chico Xavier que ela, pela primeira vez, revelou sua identidade ao transmitir suas poesias no ano de 1932 na primeira edição da obra Parnaso de Além-Túmulo, livro lançado pela FEB Editora.
Aprecie um dos poemas de Auta de Souza, da obra Parnaso de Além-Túmulo, psicografia de Francisco Cândido Xavier:
E eis que Ele chega sempre de mansinho.
Haja sol, faça frio ou tempestade;
Veste o manto do amor e da verdade,
E percorre o silêncio do caminho.
Vem ao nosso amargoso torvelinho,
Traz às sombras da vida a claridade,
E os próprios sofrimentos da impiedade
São as bênçãos de luz do seu carinho,
Como o Sol que dá vida sem alarde,
Vem o Senhor que nunca chega tarde,
E protege a miséria mais sombria.
Ele chega. E o amor se perpetua…
É por isso que o homem continua
Ressurgindo da treva a cada dia.
