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Sirvamos em paz

“Não estejais inquietos por coisa alguma…” – Paulo. (Filipenses, 4:6)

       Quase que em toda a parte encontramos pessoas agoniadas, sem motivo, ou exaustas, sem razão aparente.
       Transitam nos consultórios médicos, recorrem a casas religiosas, suplicando prodígios, isolam-se na inutilidade, choram de tédio. Confessam desconhecer a causa dos males que as assoberbam; clamam, infundadamente, contra o meio em que vivem…
       É que, via de regra, ao invés de situarem a mente no caminho natural da evolução, atiram-na aos despenhadeiros da margem.
       Que a Terra hospeda multidões de companheiros endividados, tanto quanto nós mesmos, todos sabemos… A imprensa vulgar talha colunas e colunas dedicadas à tragédia, certas publicações cultivam o hábito de instalar a delinquência, conflitos explodem insuflando a rebeldia dessa ou daquela camada social, profetas do pessimismo adiantam escuras previsões…
       Isso tudo acontece, isso tudo é inevitável.
       Urge, no entanto, não dar, aos acontecimentos contrários à harmonia da vida, qualquer atenção, além da necessária. Basta empregar exageradamente a energia mental, num escândalo ou num crime, para entrar em relação com os agentes destrutivos que os provocaram. Ofereçamos ao repouso restaurativo ou à resistência ao mal mais tempo que o tempo indispensável e cairemos na preguiça ou na cólera que nos desgasta as forças.
       Se consumimos alimento deteriorado, rumamos para a doença; se repletamos o cérebro de preocupações descontroladas, inclinamo-nos, de imediato, ao desequilíbrio.
       Imunizando-nos contra semelhantes desajustes, exortou-nos o apóstolo Paulo: “não estejais inquietos por coisa alguma”, como a dizer-nos que compete a nós outros, os que elegemos Jesus por Mestre, a obrigação de andar no mundo, ainda conturbado e sofredor, sem gastar tempo e vida em questões supérfluas, prosseguindo, firmes, na estrada de entendimento e serviço que o Senhor nos traçou.

(XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de vida eterna. Pelo Espírito Emmanuel. Brasília: FEB, cap. 146)


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