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Felicidade

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

A busca da felicidade tem sido a aspiração maior do ser humano desde os primórdios do seu desenvolvimento intelecto-moral.

Não conseguindo ainda discernir, buscava superar as sensações dolorosas e desagradáveis, recolhendo-se na furna ou na floresta onde pudesse viver sem assaltos.

À medida que as sensações se tornavam mais delicadas, passou a buscar aquelas que melhor prazer proporcionavam, iniciando-se o desenvolvimento ético do pensamento.

Desde aquele de natureza primitiva ao racional, e desse ao cósmico, surgiram necessidades éticas e emocionais que deveriam ser trabalhadas, a fim de que predominassem aquelas que plenificam os sentimentos.

Foi o período em que o pensamento mitológico deu lugar à percepção mental dos valores que proporcionam renovação interior.

Surgiram as escolas da lógica e da razão, bem como as diretrizes para alcançar-se determinadas experiências agradáveis e compensadoras, tais como Licurgo, que estabelecia ser a felicidade como resultado do poder e do ter. Logo depois, em contraposição, apareceu Diógenes de Sinope, com a proposta cínica, tentando demonstrar que a posse é impedimento à felicidade pelo medo que se tem de a perder. Quase que concomitantemente surgiu o estoicismo de Zenão de Citio, renascendo com vigor as ideias de Sócrates, mediante a visão de si mesmo, o olhar para dentro, o autoconhecimento…

A partir de então, multiplicaram-se as escolas de pensamento, e nos tempos atuais, graças às ideias perturbadoras que ganharam a sociedade, com as suas demandas políticas, religiosas e ateístas, o pensamento desvairou e a felicidade recebeu chacota dos cínicos e nadaístas.

No século passado, o poeta brasileiro Vicente de Carvalho, entre outros conceitos sobre o tema informou: A felicidade é como um pomo, que nunca o pomos onde nós estamos, e nunca estamos onde nós o pomos.

O Espiritismo, confirmando a excelência do pensamento de Jesus, esclarece que a felicidade consiste em fazer o próximo feliz, isto é, amar a todos com o mesmo vigor com que se ama a si mesmo.

Esse desafio constitui a nobre conquista da plenitude, que se é feliz pelo que a todos se proporciona em bem-estar e alegria de viver.

Quando a criatura humana dê-se conta de que o próximo é o caminho que a leva à paz, em razão das bênçãos que se lhe podem proporcionar, o equilíbrio emocional estabelecerá na Terra o primado do amor, portanto, da felicidade.

Se desejas realmente ser feliz, utiliza-te deste momento de desconforto geral e evita a crítica, passando à ação do bem, e verás surgir uma nova primavera rica de bênçãos.

Sê, pois, tu, aquele que constrói a felicidade onde te encontras, facultando-a a todos. Assim, a felicidade de outrem será tua também.

 

Artigo publicado originalmente no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 24 de março de 2022.

 


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