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Respeito à diversidade

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

O aforismo de Leibniz que afirma: A natureza não dá saltos – pode também ser aplicado no processo dos costumes sociais e culturais, desde que tudo que existe e ocorre passa pelo mecanismo das transformações de elementos anteriores que lhes servem de alicerce no desenvolvimento modificador.

Determinados costumes que, numa época, são considerados perniciosos ou prejudiciais, à medida que o tempo avança e se alteram os conceitos, são superadas as superstições, os modismos e ressurgem com novo significado não deprimente.

Palavras usadas em uma região significando ultraje ou indecência, em outra se apresentam com um valor totalmente diverso.

Aforismos e preconceitos anteriores experimentam com o tempo e o uso mudanças fundamentais que constituem progresso da sociedade.

De certo modo, todo e qualquer respeito à diversidade, seja no que for, deve merecer consideração generalizada e aceitação moral defluente da liberdade existencial de todas as criaturas. Ocorre, porém, que esse fenômeno transformador exige tempo próprio para ser aceito e exercido de forma que todos mereçam as mesmas oportunidades no campo do desenvolvimento moral.

As lideranças separatistas sofrem de tormentos específicos, que procuram descontar no próximo ou nas circunstâncias, num esforço de fuga da realidade e do dever de igualdade que une todos os seres no mesmo sentimento de dignidade humana.

Cada qual é conforme se encontra, e isto, a diferença em relação aos outros, não o torna menor ou com menos direito de fruir a consideração que lhe é destinada pela vida.

Vivemos um momento em que as diversidades são parte de equilíbrio no organismo social.

Vemo-las em a Natureza, na sua notável biodiversidade, formando um todo de harmonia fascinante.

Assemelham-se a uma orquestra em execução de qualquer peça, formada por instrumentos de aparência e forma diferente, a fim de ser alcançada a glória musical.

Ocorre, porém, que em muitas discriminações se encontram seres atormentados que se desejam impor através do direito que lhes é concedido, dando lugar a um outro tipo de intolerância que se vai generalizando.

Não se deve exigir modernidade com ferocidade contra o passado inferior porque adotava métodos de barbárie e comportamentos doentios.
A conquista do direito deve ser preservada através da demonstração do comportamento correto que lhe diz respeito.

Jesus, que jamais discriminou, pelo contrário, propôs como qualidade especial e inevitável o amor ao próximo como a si mesmo, a todos concedendo a honra de filhos de Deus.

Amar, pois, é o desafio para ser enfrentada com dignidade a diversidade existente sem preferência de qualquer natureza num todo harmônico e feliz.

Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, em 19 de maio de 2022.


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