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Que haja paz

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

Politicamente, a paz entre os povos é o intervalo que medeia duas guerras.

“A paz do mundo começa em mim” – acentua o poeta e compositor Nando Cordel em sua música Paz pela paz.

Enquanto o ser humano não compreenda e aja demonstrando que as suas são aspirações do bom, do nobre e do belo, muito difícil viver-se em tranquilidade, socialmente em harmonia.

A predominância das paixões mais sórdidas no comportamento humano sempre desacorrentará a violência, sua filha predileta, e as lutas perturbadoras dominarão as massas.

Somos a sociedade que vimos construindo através dos tempos, nessa renhida batalha de substituir os instintos agressivos pelos sentimentos de ordem e de prazer.

Mais acostumados ao humor negativo e cultivadores do pertinaz pessimismo, tornamo-nos vítimas de tudo e de todos, sempre queixosos da existência, como se essa fosse a madrasta dos nossos destinos.

Na atualidade temos assumido o modismo vitimista, no qual todos estão contra nós, sendo os coitados gerados pela sociedade perversa e indiferente aos nossos anseios de cidadania.

Olvidamos que somos a sociedade, na sua condição de membro, e que os nossos pensamentos, palavras e atos formam o grupo no qual nos fazemos fraternos ou adversários.

Os desafios da atualidade, efeitos inevitáveis da pandemia, das guerras em diversos pontos da Terra, têm-nos levado à busca de novas condutas para podermos sobreviver, já que fomos empurrados para as convivências exaustivas e perturbadoras, às quais não estávamos acostumados.

Nesse comenos, os hábitos primários, que se encontravam submetidos ao controle da razão e da fé religiosa, romperam as barreiras que os seguravam e deram lugar à desordem de todo tipo, especialmente de natureza moral, descendo a rampa dos prazeres sórdidos e devastadores das paixões absorventes e desgastantes.

Por isso, os níveis de harmonia, que decorrem dos valores ético-morais vivenciados, desceram a situações lamentáveis.

O caráter moral e o comportamento social da grande maioria dos homens e mulheres neste momento são belicosos, tornando-os porcelanas delicadas que se rompem com facilidade.

A solução magna para as dificuldades do momento encontra-se em cada um de nós, mediante a mudança de atitude perante a existência, que tem por finalidade o aprimoramento do Espírito e a sua saudável movimentação.

É indispensável que o indivíduo se renove, lutando contra as próprias imperfeições, a fim de aspirar e viver a paz.

Ninguém permaneça indiferente às ocorrências deletérias destes dias, fazendo a sua parte na movimentação das forças em litígio: asserenando-se, mantendo o comedimento, evitando o fanatismo e agindo com edificação em qualquer situação em que se encontre.

 

Artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, no dia 12 de janeiro de 2023.


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