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Missão Comum (por Camila Louise)

Quando Moisés premiu em pedra os valores a ele revelados em dez mandamentos, orientado em sua missão pela Espiritualidade Superior, esboçava os primeiros passos na direção da construção das condições que nos permitiria receber, em tempo oportuno, as orientações que nos conduziriam ao Reino dos Céus.

Quando a nós foi ofertada a palavra do Mestre Jesus, materializando seu Evangelho em livro sagrado, nos foram reconhecidas as possibilidades, ainda que embrionárias, de perceber a potência do amor operante.

Quando nos foi confiada a Terceira Revelação, codificada pelas mãos disciplinadas do cientista lionês, a Espiritualidade reconhecia em nós as competências iniciais para restabelecer os princípios do Cristianismo Redivivo. Na percepção da Coordenação Maior, já teríamos então possibilidades de comprovar a superioridade do roteiro moral de Jesus por meio dos testemunhos daqueles que outrora viveram na carne.

Mesmo reconhecendo o percurso histórico que nos possibilitou acessar as verdades superiores, espíritas que somos, inúmeras vezes nos colocamos em posição sectária a pretexto de trazer à tona outras verdades. Encontramo-nos hoje, espíritas e cristãos, revolvendo-nos em busca de realidades outras que não trazem benefícios senão à consciência ilusionada de missões graduadas.

A ambicionada  verdade, no entanto, foi-nos resumida pela lucidez do apóstolo João há mais de dois mil anos. “Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”[1]. Não há caminho senão o da solidariedade fraternal. Pensamento esse que foi generosamente perscrutado por Emmanuel no livro Pão Nosso: “Ama sempre. Faze todo bem. Começa estimando os que não te compreendem, convicto de que esses, mais que depressa, te farão melhor [2]”.

Se somos incitados à reflexão valiosa, façamos respeitando a marcha do irmão que nos acompanha, a exemplo de Jesus que não impôs, mas ensinou. Se somos perturbados por provocações alheias, reconheçamos a presteza desse serviço que nos lembra de nossas fragilidades e pede por mais vigilância.

Se Cristo não nos inflige tormentos, a não ser o de nos revelar a perturbação de nossa própria consciência [3], quem somos nós para provocarmos o colega de jornada? “Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos outros?”[4]

A vivência evangélica, meus irmãos, é o verdadeiro testemunho para o qual temos sido convocados em missão. Não nos esquivemos de valioso convite a pretexto de justificativas escusas. Recolhamos nossos esforços e boa vontade naquilo para o qual temos sido reclamados, desde tempos imemoriáveis: na edificação da verdadeira fraternidade.

[1]I João, 3:11

[2] XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Pão Nosso. Capítulo 95: Esta é a mensagem. 1. ed. Brasília: FEB, 2014.

[3] XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Pão Nosso. Capítulo 19: Falsas alegações. 1. ed. Brasília: FEB, 2014.

[4] XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Pão Nosso. Capítulo 10: Sentimentos Fraternos. 1. ed. Brasília: FEB, 2014.


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