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A Família

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita
 
A palavra família vem do latim famulus, que significava o grupo de pessoas, servidores, escravos e membros do clã sob o mesmo teto em Roma.
Com o natural processo da evolução e os fenômenos culturais através dos tempos, especialmente graças ao Cristianismo, a família passou a circunscrever-se ao grupo consanguíneo, no qual são forjados os sentimentos de amor e união, objetivando a sociedade como um todo.
Existem dois tipos de famílias, que são as biológicas e as espirituais. As primeiras descendem umas pessoas das outras no mesmo grupo e as outras são aquelas com as quais convivemos com ou sem identidade afetiva, formando a sociedade.
A família é o abençoado reduto onde se fixam os caracteres intelecto-morais formadores dos mecanismos da evolução. O lar é, por isso mesmo, o primeiro educandário para aprendizagem de tudo quanto constitui elemento básico da vida.
É a oficina da construção do caráter e respeito pelas Leis que equilibram as Nações.
Quando a sua estrutura moral cambaleia, a sociedade em geral periclita.
Neste notável organismo – a família – já vivenciamos a experiência do matriarcado com a valorização da mulher e a sua dinâmica de dignificação doméstica, sucedido pelo patriarcado, no qual abusos e indiferenças emocionais deram lugar a verdadeiros desastres morais e intelectuais para a humanidade. Sem dúvida, no período matriarcal, também existiram discriminações e desordens provenientes do estágio cultural da época e do acúmulo de serviços que foram reservados à femme, em cuja constituição orgânica, mais preparada para a maternidade, não pode aplicar a força, a energia indispensável ao comando do grupo humano.
Depreende-se que uma sociedade bem organizada tem as suas bases no ninho doméstico, no respeito familiar recíproco de todos os seus membros com a alta consideração pelos genitores, encarregados da educação.
Em razão dos processos sociológicos e das necessidades de expansão dos sentimentos e ânsias do coração, a família foi sendo adaptada aos impositivos da industrialização que passou a governar as massas e exigir a presença de todos os membros.
Filosofias apressadas e perversas lentamente vêm minando o equilíbrio familiar, liberando comportamentos agressivos e vulgares num torvelinho sem medida nem controle, nos quais tudo é lícito realizar mesmo que a prejuízo da paz e da saúde moral dos seus membros.
Vive-se hoje a desagregação familiar, na qual caprichos e paixões desenfreados comandam as mentes jovens e as atiram no fosso da perversão, da drogadição ilícita e nos conflitos de conduta, sem diretriz de segurança.
Todavia, será na educação moral e doméstica que se encontrarão os alicerces para a sociedade feliz.
 
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 18 de maio de 2023.

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