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A honra de ajudar

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

Estando em festa a formidanda Mansão dos Churchill na Escócia, muitas crianças vieram com seus pais para o grandioso evento de reinauguração dos edifícios há pouco restaurados.

Enquanto brincavam, uma delas caiu numa piscina e começou a afogar-se. Em desespero, as demais se puseram a gritar enquanto o garoto se debatia.

Estando próximo o filho do jardineiro, sem raciocinar quase, atirou-se às águas e, por ser também uma criança, conseguiu com sacrifício salvar o outro.

Logo os adultos tomaram conhecimento, e o pai, reconhecido, muito agradeceu ao menino.

De imediato, disse-lhe ao genitor: – Em gratidão por seu filho haver salvado a vida do meu, eu lhe darei refinada educação. Diga-me o que mais ele deseja para si mesmo no futuro.

O homem humilde pensou um pouco e respondeu: – Meu filho disse-me uma vez que, quando crescesse, desejava ser médico para ajudar as pessoas.

– Pois o levarei para Londres e o educarei atendendo o seu desejo.

Assim aconteceu.

Passaram-se os anos e em 1947, terminada a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro da Inglaterra Winston Churchill participava da Conferência de Paz, em Teerã, no Irã, quando adoeceu gravemente de pneumonia.

A notícia consternou o mundo, mas o Dr. Alexander Fleming, o autor da descoberta da penicilina, viajou de Londres e cuidou do paciente, salvando-lhe a vida.

Posteriormente, quando Churchill referiu-se ao notável acontecimento, afirmou que por duas vezes a sua vida fora salva pela mesma pessoa.

Fleming era o pequeno que o salvara do afogamento na Escócia.

Na vida de todos nós jamais faltam oportunidades para ajudar o nosso próximo, e esse sentido existencial tem sido responsável por tudo de bom e belo que acontece na humanidade.

Quem não vive para servir ainda não aprendeu a viver.

A vida humana é um hino ao serviço constante, porquanto tudo serve em a Natureza.

Faz-se necessário somente descobrir-se a melhor maneira de servir, colocando-se na condição de edificador da felicidade na Terra.

O egoísmo tem sido responsável pela desgraça moral e espiritual das criaturas e somente o altruísmo é-lhe o oposto dignificador.

Quando compreendermos o sentido do serviço edificante entre todos e em toda parte, haverá uma sinfonia harmônica entre as massas, e o mal, que persiste nos corações, cederá lugar ao amor, que se enfloresce em bênçãos.

Nunca desperdices a oportunidade de ajudar no crescimento ético das criaturas e nas suas necessidades.

Ajudando, estarás auxiliando-te a entender que realmente feliz e abastado é todo aquele que auxilia.

Foi por esta razão psicológica e real que Allan Kardec estabeleceu no conteúdo do Espiritismo que “fora da caridade não há salvação”.

Expandir a caridade é dever nosso.

Artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, no dia 27 de janeiro de 2023.

 


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