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A morte de Deus

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

Periodicamente, desde o século XVII, quando houve a separação da Ciência dos cânones da Religião, que irrompem os brados estentóreos da morte de Deus.

A Ciência e a Filosofia, buscando compreender a Natureza e a vida, sua finalidade e razão pela qual existem, vêm proclamando a morte de Deus, a Sua desnecessidade para que o Universo exista por si mesmo e tudo resulte de fenômenos naturais casualmente unificados.

Equivale a dizer que tudo sempre houve no Universo e que, num acaso natural, esses elementos reuniram-se e organizaram-se de tal forma que nos deslumbramos com a sua realidade.

Recordo-me de alguém que elaborou a seguinte tese: coloquem-se em um vasilhame colossal todas as peças e instrumentos que a si mesmo se fizeram em uma caldeira fantástica e movimentemos tudo sem cessar até o momento em que saia dessa parafernália um Boeing maravilhoso em voo arrebatador…

Mesmo Nietzsche, quando proclamou a sua morte de Deus, no seu admirável Assim falava Zaratustra, não pôde fugir às reflexões: – (…) E agora, o que será dos peixes e das aves? Quem os alimentará?

“E uma grande tristeza se apossou da multidão.”

Mais tarde, durante a Revolução Francesa de 1719, os soberbos filósofos, na Catedral de Notre-Dame, em Paris, anunciaram a morte de Deus, e desfilaram com uma bailarina da ópera de nome Candeille em um andor carregado dentro da igreja, enquanto se gritava com entusiasmo o óbito fantástico.

Conta-se que foi nomeada uma comissão que percorria os subúrbios parisienses e que, chegando a um deles, encontrou um jardineiro cuidando da pequena paisagem, que perguntou aos presunçosos representantes do governo:

– Que viestes fazer aqui? E eles responderam: – Entramos na igreja para apagarmos os sinais de Deus.

O homem humilde redarguiu: – E onde estão as vossas escadas?

– Mas para quê? – redarguiram, algo surpresos, ao que ele respondeu, calmamente: – Para apagardes as estrelas…

Na atualidade rica de aberrações de todo porte, planejam mais uma vez matar Deus, que sempre ressurge.

A onda de perversão moral e descalabros de vária ordem traz novos aturdidos poderosos de um dia, que estão programando mais uma vez matar Deus, em covarde perseguição a Jesus e aos Seus adeptos, considerando crime punível com cárcere aqueles que divulgarem o Seu nome e a Sua doutrina.

Parece que necessitam reescrever a história da humanidade, imortalizando-se na degradação, ante a impossibilidade de lograrem a nobreza de caráter, o amor em todas as suas dimensões…

Eles passarão, e Jesus continuará restaurando Deus nos corações.

Não desanimem os cristãos e sigamos na faina de manter uma cultura de valores éticos contrários às aberrações e misérias humanas.

A morte os alcançará e serão esquecidos.

 

Artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, no dia 9 de fevereiro de 2023.


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